terça-feira, 1 de abril de 2014

Nosso palhAÇO de cada dia

Vestido de palhaço, ele entrou correndo no metrô.
Feito imã, atraiu todos os olhares curiosos. Sorriu!
Era que queria. Fez malabarismos até sentir os braços pesarem, arrancou mil sorrisos - 10 em cada vagão.
Quem dormia, perdeu o sorriso do deprimido; quem estava inundado de tecnologia, fez bom uso dela e eternizou cada movimento. Nunca, em tão frio vagão, foi possível assistir tanto calor humano.
Mas ao sair do metrô, sentiu pesar os ombros e jogou longe a fantasia. Despiu-se do lúdico, o piadista, e sem pensar duas vezes, correu ao contrário na Avenida Paulista.
Morreu de chapéu, a única e derradeira cor que lhe sobrou: cinza escuro, sem mais detalhes.
Era primeiro de abril e ele não podia perder a piada.

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