Vestido de palhaço, ele entrou correndo no metrô.
Feito imã, atraiu todos os olhares curiosos. Sorriu!
Era que queria. Fez malabarismos até sentir os braços pesarem, arrancou mil sorrisos - 10 em cada vagão.
Quem dormia, perdeu o sorriso do deprimido; quem estava inundado de tecnologia, fez bom uso dela e eternizou cada movimento. Nunca, em tão frio vagão, foi possível assistir tanto calor humano.
Mas ao sair do metrô, sentiu pesar os ombros e jogou longe a fantasia. Despiu-se do lúdico, o piadista, e sem pensar duas vezes, correu ao contrário na Avenida Paulista.
Morreu de chapéu, a única e derradeira cor que lhe sobrou: cinza escuro, sem mais detalhes.
Era primeiro de abril e ele não podia perder a piada.
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